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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Terra de ninguém

Terra de ninguém João Alberto / Armando Machado *fado súplica*

 Se fosse pelo mundo repartido O amor, que nesta hora precisamos Talvez tivesse a vida mais sentido Na terra de ninguém, que nós pisámos A semente do mal, do fingimento Faz a terra florir sem amizade Há quem ria sentindo sofrimento Enquanto outros choram sem verdade Há quem ponha nos gestos, afeição Para falar de amor sem o sentir A vida, é um palco d´ilusão Aonde todos temos de mentir Que bom seria, a gente ser capaz De fugir ao destino que nos prende Na hora em que vivemos, não há paz Na terra de ninguém, ninguém se entende

SETEMBRO, MEU AMOR


Canta Patrícia Costa

Eu queria ter as forças das torrentes E também a doçura do luar A justa paz de espírito dos crentes E um amor, um amor louco de endoidar Eu queria ter as forças das torrentes E um amor louco de endoidar Queria ser a fonte de água pura Na beleza do sol a amanhecer Queria ser a fama que perdura E ver a cada dia, meu sonho renascer Eu queria ser a fonte de água pura E ver a cada dia, meu sonho renascer A serenidade dos velhos conformados E a alegria dos meus verdes anos Tudo, tudo eu queria para te oferecer Mas tudo meu amor, ainda bem pouco Para calar este amor, tão louco Que ainda sinto e quero
reviver

Sede

Letra de Marta Rosa musica de Armando Machado fado súplica

Se não Chovesse tanto meu amor

letra de Manuela de Freitas / Armando Machado *fado suplica* 

Letra retirada do blog Fados do Fado aquem agradeço

 Se não chovesse tanto, meu amor Se a noite não tivesse vindo assim Se o céu não estivesse desta cor E houvesse mernos gente ao pé de mim Se eu pudesse saber o que não sei Se eu pudesse dizer o que não digo Se não sentisse falta do que dei Se não quisesse agora estar contigo Não fosse eu não saber se estás contente Não fosse eu não saber onde é que moras Não fosse a minha casa estar diferente Se não fosse já serem estas horas Eu te diria que é ilusão minha Se esta noite parece não ter fim É que estou muito feliz aqui sózinha Não fosse tu não estares ao pé de mim

Canta Cristina  Branco      

Fado Súplica

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Marinheiro

Boneca de Porcelana

Letra: António Rocha / Casimiro Ramos 

 Boneca de porcelana Chamei-te um dia, a brincar Talvez por louco me tomem; Qualquer pessoa se engana Errei, por tal te chamar Errar é próprio do homem Como jóia de valia Peça da mais rara arte / Ou coisa d'estimação Coloquei-te nesse dia Num lugar que tinha á parte / Dentro do meu coração Afinal, és o contrário E eu pobre cego não via / Que és objecto comum Peça de barro ordinário Não passas de fantasia / Coisa sem valor algum Mesmo assim, fico pensando Que apenas quero viver / P´ra este amor que te dou Sei que continuo errando Errar continua a ser / Próprio do homem que sou

Fado TresBairros

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Tantos caminhos

Tiago Torres da Silva / José António Sabrosa

 Existem tantos caminhos Onde os homens vão sózinhos Em busca de uma ilusão Passo a passo, quem avança Só vai andando na esperança De enganar a solidão Dá-se um passo e outro passo Mas quando chega o cansaço / E a gente pensa em parar Por castigo ou por má sina Há uma força divina / Que nos obriga a andar Existem tantas estradas Onde se notam pégadas / Que o vento não apagou São pégadas que se arrastam Mas que no tempo se gastam / E ninguém por lá passou Por isso sigo, seguindo Há medida que vou indo / Sei que nesta caminhada Não se chega a um lugar Só nos resta caminhar / Porque só existe a estrada 

 Transcrito de : fados do fado a quem agradeço

Fado José António 6ªs

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Maria

Versos de amor

Naquela Manhã Deserta

Fria claridade

Pedro Homem de Mello / José Marques do Amaral
 Repertório de Amália

 No meio da claridade Daquele tão triste dia Grande, grande era a cidade E ninguém me conhecia Então passaram por mim / Dois olhos lindos, depois Julguei sonhar, vendo enfim / Dois olhos, como há só dois Em todos os meus sentidos / Tive presságios de Deus E aqueles olhos tão lindos / Afastaram-se dos meus Acordei, a claridade / Fez-se maior e mais fria Grande, grande era a cidade / E ninguém me conhecia

 Transcrito de: fados do fado

Meu amor é nuvem branca

Saudade Tem Dó de Mim

Manuel Abrantes / Fado Marques do Amaral 

Repertório de Manuel de Almeida 

 Tudo passa, tudo corre Nesta vida d’ilusão Tudo acaba, tudo morre Só a saudade é que não Ó saudade, vai-te embora / Deixa-me só um instante Ainda que seja uma hora / P’ra alívio já é bastante Não me faças sofrer mais / A sofrer tenho vivido Podes ver pelos meus ais / Quanto já tenho sofrido Tenho a vida quase gasta / Pela dôr que não tem fim Para castigo já basta / Saudade tem dó de mim Transcrito de: fados do fado

Toda a vida te procurei

Maria

Fria claridade

Fado José Marques do Amaral

sábado, 17 de outubro de 2020

Procura-me esta noite

Procura-me esta noite, eu quero-te contar O que passei sem ti desde que te deixei Procura-me esta noite e sabe perdoar Que eu esqueço o que sofri p’lo muito que te amei Procura-me esta noite, à hora do costume Que eu levo o coração repleto de ansiedade Procura-me esta noite, os meus lábios são lume E o fogo da paixão mata-me de saudade Procura-me esta noite, a noite é dos amantes E o mundo de nós dois é poema d’amor Encontras nesta noite mil noites como dantes Cheiinhas de alegria, de beijos e calor Procura-me esta noite, se sabes que sou tua Não deixes que o rancor no seu peito se acoite Se a vida é tão pequena, não esperes amor meu A zanga já passou, procura-me esta noite https://lyricstranslate.com

Pescador do mar gigante

Eu nasci amanhã

Artur Ribeiro / Joaquim Campos *fado alexandrino*
 Repertório de Beatriz da Conceição 
 Eu nasci amanhã, no meio desta gente Toda nascida ontem, ou quando muito, agora Eu nasci amanhã, num mundo irreverente Por isso não entendo, a gente que cá mora Eu nasci amanhã num mundo sem fronteiras Onde cada poeta só canta o que lhe apraz Eu nasci amanhã onde não há trincheiras Onde não fazem guerras impondo a sua paz Eu nasci amanhã, num mundo imaginado Sem pobres a morar em zona demarcada E neste mundo, hoje, triste e acomodado Quem não nascer no tempo, não tem direito a nada
 Transcrito de fados do fado

Na rua do silêncio

António Sousa Freitas / Joaquim Campos *fado alexandrino*
 Repertório de João Braga 

Na rua do silêncio é tudo mais ausente Até foge o luar, e até a vida é pranto Não há juras de amor, não há quem nos lamente E o sol quando lá vai é p’ra deitar quebranto Na rua do silêncio o fado é mais sombrio E as sombras duma flor não cabem lá também A rua tem destino, e o seu destino frio Não tem sentido algum, não passa lá ninguém Na rua do silêncio as portas estão fechadas E até o sonho cai, sem fé e sem ternura Na rua do silêncio há lágrimas cansadas Na rua do silêncio é sempre noite escuraTranscrito de: fados do fado

"Luto nas guitarras" - JÚLIO PERES

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Praia perdida

Letra: Jorge Fernando Música: Fontes Rocha Intérprete: João Braga .

 Hoje presa a minha voz Tive uma infância perdida O mundo éramos nós Nessa praia adormecida (bis) Depois veio a mocidade Depois veio o meio-dia Foi-se o amor, foi-se a idade Em que a areia nos unia (bis) Mais tarde a vida gerou Uma roda da má sina E o mundo cego, cegou Os teus olhos de menina (bis) Sinto morrer o luar É noite na minha vida Só o murmúrio do mar Lembra essa praia perdida (bis)

Eu preciso de te ver

Fado Isabel

sábado, 10 de outubro de 2020

Asas

letra de Maria Luísa Baptista / Georgino de Sousa *fado georgino*

É no teu corpo qu'invento
Asas para o sofrimento
Que escorre do meu cansaço;
Só quem ama tem razão
P'ra entender a emoção
Que me dás no teu abraço

Eu quero lançar raízes
E viver dias felizes / Na outra margem da vida
Solta os cabelos ao vento
Muda em riso esse lamento / Apressemos a partida

Aceita o meu desafio
Embarca neste navio / Rumo ao sonho e ao futuro
Corta comigo as amarras
Que nos prendem como garras / A um passado tão duro

Esquece o tempo e a dôr
Pensa só no nosso amor / Vem e dá-me a tua mão
Sobe comigo a encosta
Porque quando a gente gosta / Ninguém cala o coração

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Fado Georgino

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Fado Franklim 6ª

Terra Irada

Fernando Maurício
 Musica: *fado Rio Maior 
Letra: Paco Gonzalez

Sou filho da terra irada Nasci no berço do espaço Fui escravo do deus dinheiro; Fui tudo, não sendo nada Em mistura de sargaços Com oiro de pioneiro Eu fui o bobo do rei Comi debaixo da mesa / Migalhas de pão pisado Sem direitos, reclamei / Direitos prá natureza De quem nasceu malfadado Fiz tudo para esquecer Alimentei-me de dôr / No vinho de desespero E a revolta fez nascer No meu peito sofredor / Um hino de posso e quero Não é balada o meu fado Nem tenho medo de erguer / Sua bandeira encanada Fui menino, sou soldado E ninguém pode vencer / Um filho da terra irada

Entre nós e o nosso amor

José Fernandes Castro /Franflin Sextilhas 

 Entre nós e o nosso amor Bailam os sonhos felizes Duma vida acontecida; Tudo tem outro sabor Quando baixinho me dizes Que sou toda a tua vida Tu dizes querer-me tanto Que chegas a confundir-me / Com um poema maior Fico feliz e portanto Prometo reconduzir-me / Na estrada do amor Dou-te versos musicados Dou-te uma rosa em botão / Com aromas de prazer E também te dou os fados / Que trago no coração P'ra te fazer renasce

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Fado Franklim 4ªs

Muito embora o querer bem

Artur Ribeiro / Franklin Quadras 
Canta Augusto Robalo 

 Muito embora o querer bem Não seja um invento meu Não permito que ninguém Te queira mais do que eu Meu coração vagabundo/ Irá, seja como for Rua em rua, mundo em mundo / Atrás de ti, meu amor Estes meus braços caídos/ Fugindo a todos os laços Só vibram quando pedaços / Dos nossos corpos unidos A minha boca e a tua / Mal deixam de estar unidas Lembram meninas perdidas / Chorando de rua em rua Odeio o mundo a inveja / As convenções o temor Odeio tudo o que esteja / Entre nós dois, meu amor 

Transcrito por: fados do fado

Vi partir o meu amor

Letra: João Ferreira Rosa Música: Franklim Godinho Intérprete: João Braga Vi partir o meu amor Para o outro lado do rio (bis) Mas digo seja a quem for Que o meu amor não partiu (bis) Manhã cedo foi-se embora Disse-me adeus sem me olhar (bis) Penso nela a toda a hora Pois já sei que há-de voltar (bis) Os fados que lhe cantava Eram bem nossos somente (bis) E o tempo para nós par Hoje canto para toda a gente (bis) E tudo o que existe em mim Nada a consegue esquecer (bis) Nem esta dor sem ter fim Nem meu olhar sem a ver (bis)

Os lugares por onde andámos

Os lugares por onde andamos
 João Ferreira Rosa / Franklim Godinho

 Cantado por Pedro Moutinho

 Os lugares por onde andamos Não os esqueço, meu amor Nem tudo quanto falamos Quer seja alegria ou dôr O tempo dantes corria / Que parecia não ter fim Agora não passa um dia / Sem passar um ano em mim Teus olhos são o meu norte / Teus passos o meu caminho O teu riso a minha sorte / Tuas mãos o meu carinho Se me dissessem um dia / Que a cantar te fiz chorar Eu juro que não sabia / Que entendias meu cantar

 Transcrito por: fados do fado

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

"O espelho"

O Espelho 

Letra: Artur Soares Pereira Música: Alfredo Marceneiro (Fado Cuf)

 Num caixote, um espelho já quebrado Com um montão de lixo se encontrou E, um tanto confundido e perturbado, A sua triste história assim contou: «Eu vivia na montra de um bazar Aonde vi entrar, em certo dia, Um jovem que me comprou p’ra me dar À noiva, porque ela anos fazia. Durante muitos anos, hora a hora, Em mim essa senhora se mirou E, por se ver tão bela e sedutora, Dizia-me: “– Que achas? Que tal estou?” Até que certo dia lhe mostrei As rugas e o cabelo cor de neve. Grande desilusão então lhe dei E ela atirou-me ao chão, não se conteve. Eis como vim a ser teu companheiro, Enfim, tudo acabou, tudo morreu… Quem na vida é sincero e verdadeiro Tem, quase sempre, um fim igual ao meu.

Fado Cuf

Atalhos proibidos

Atalhos proibidos Letra: Artur Ribeiro 

 Há fado na minh’alma por ti louca Neste anseio de choro que me invade E que deixa ficar na minha boca O travo tão amargo da saudade Há fado nesta lágrima sentida Que brinca no meu riso amargurado E vai caír teimosa e dolorida Sobre as notas vadias do meu fado Há fado se não dormes no meu peito No tanger das guitarras em quebranto Há fado no meu canto contrafeito Pois não vejo aqui, enquanto canto Há fado nos meus passos descabidos No meu bater à porta sempre errada Quem anda por atalhos proibidos Pode chegar ao fim e não ter nada

domingo, 4 de outubro de 2020

Fui de viela em viela

Guilherme Pereira da Rosa / Alfredo Duarte *fado cravo*
 Repertório de Alfredo Marceneiro


Fui de viela em viela Numa delas dei com ela E quedei-me enfeitiçado Sob a luz dum candeeiro Estava ali o fado inteiro Pois toda ela era fado Arvorei um ar gingão Um certo ar fadistão / Que qualquer homem assume Pois confesso que aguardei Quando por ela passei / Ao convite do costume Em vez disso, no entanto No seu rosto só vi pranto / Só vi desgosto e descrença Fui-me embora amargurado Era fado, mas o fado / Não é sempre o que se pensa Ainda recordo agora A visão, que ao ir-me embora / Guardei da mulher perdida A pena que me desgarra Só me lembra uma guitarra / A chorar penas da vida 
Transcrito por: fados do fado

Fado Cravo

sábado, 3 de outubro de 2020

Fado Carriche

Senhora do Monte

Gabriel de Oliveira / Alfredo Duarte Marceneiro

 Naquela casa de esquina Mora a Senhora do Monte E a providência divina Mora ali, quase defronte Por fazer bem à desgraça / Deu-lhe a desgraça também Aquela divina graça / que Nossa Senhora tem Senhora tão benfazeja / Que a própria Virgem Maria Não sei se está na igreja / Se naquela moradia Co'a mágoa que desconsola / A pobreza se conforta Na certeza duma esmola / Quando bate àquela porta E o luar da lua cheia / Ao bater-lhe na janela Reforça a luz da candeia / No alpendre da capela Vai lá muita pecadora / Que de arrependida, chora Mas não é Nossa Senhora / Que naquela casa mora

 Transcrito por: fados do fado

Maria Valejo - Rezando Pedi Por Ti

Letra de Natália dos Anjos / Raúl Ferrão *fado carriche* 
Repertório de Maria Valejo 

 Rezas que outrora aprendi Troquei-as por beijos teus Quem for beijada por ti Até se esquece de Deus Julgas que não sei rezar / E pedir a Deus por ti Pois 'inda te hei-de ensinar / Rezas que outrora aprendi E a Deus peço mil perdões / Erguendo os braços aos céus Porque as minha orações / Troquei-as por beijos teus O meu pecado é amar-te / Porque ao beijar-te, senti Que nunca pode deixar-te / Quem for beijada por ti E Deus vai-me perdoar / Os grandes pecados meus Pois quem peca por amar / Até se esquece de Deus 
 Transcrito por: fados do fado

Escrevi Teu Nome no Vento

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Aldina Duarte | muro vazio

Letra de Aldina Duarte

  A folhagem rente ao muro No silêncio quase escuro Cresceu pouco e devagar Dia a dia fui esperando Sem saber bem até quando Pelas flores que quis plantar Dia a dia fui esperando Sem saber bem até quando Pelas flores que quis plantar Mesmo em frente à tua casa Esse muro quase branco De verde o queria cobrir As flores viriam depois Discretas para nós dois Só para te ver a sorrir As flores viriam depois Discretas para nós dois Só para te ver a sorrir Sem as flores te vi partir Nesse instante quis fugir P'ra além do muro vazio Hoje o verde acorda os dias Adormece as noites frias Mas as flores ninguém as viu Hoje o verde acorda os dias Adormece as noites frias Mas as flores ninguém as viu

Sonhos Meus

Sonhos meus Teresinha Landeiro / Carlos da Maia *6as*

Saudosos são os meus sonhos Lembro os tristes e os risonhos Já não sonho cor do mar Num enleio de tormentos Um navio de desalentos Naufragou no meu cantar Vi teu jeito de partida E no mar li tua ida Meu sorriso então esqueci A névoa desvaneceu O meu sonho entristeceu Saudades de te ver senti Se sonhar já não tem cor Vou pedir-te, meu amor Que voltes na calmaria Quando o barco atracar E o tormento se afundar Sonharei até ser dia

Louco de saudade

Carlos Gaspar / Carlos da Maia 

 Vieram dizer-me há pouco Que andava um fadista louco P’las ruas da Mouraria Quis confirmar a verdade E parti para a saudade Daquilo que conhecia Quando cheguei à viela Encostado a uma janela / Com sardinheiras sem brilho Estava o tal fadista louco De que falaram há pouco / A trautear um estribilho Senti pena, senti dó Daquele homem tão só / Que alguém por louco tomou Escutei da sua boca Com sons de garganta rouca / Coisas que o tempo levou Naquele tom tão magoado Ouvi a história do fado / E entendi toda a verdade Aquele homem era o fado Que triste e abandonado / Enlouqueceu de saudade

Boa noite Solidão

poena de jorga fernando Carlos da Maia -setilhas

 Boa-noite solidão, Vi entrar pela janela, O teu corpo de negrura, Quero dar-me à tua mão, Como a chama duma vela, Dá a mão à noite escura. Só tu sabes, solidão,A angústia que traz a dor, Quando o amor a gente nega, Como quem perde a razão, Afogamos nosso amor, No orgulho que nos cega. Os teus dedos, solidão, Despenteiam a saudade, Que ficou no lugar dela, Espalhas saudades p'lo chão, E contra a minha vontade, Lembras-me a vida com ela. Com o coração na mão, Vou pedir-te, sem fingir, Que não me fales mais dela, Boa-noite solidão, Agora quero dormir, Porque vou sonhar com ela.

Fado Carlos da Maia-Sextilhas

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Fado Blanc

Mapa do Coração'

letra de Nuno Miguel Guedes e música de José Blanc (Fado Blanc)). 

 Canta Ana Moura ________________________________________

 Não há vocábulo maior Nem força do Universo P'ra traduzir esse verso Que confunde amor e dor Albergue de quem é triste Fortuna do condenado Que vê no espelho do fado A alma que em si existe Queria poder dizer O que essa voz me diz Estrela de um dia feliz Ou de um doce entristecer Fica-me a louca ambição O desejo mais ousado De poder cantar num fado O mapa do coração

Dá-me o braço, anda daí

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

"O louco

Quiseste que eu fosse louco P’ra que te amasse melhor Mas amaste-me tão pouco Que eu fiquei louco d’amor Assim arrasto a loucura / Perguntando a toda a gente Se do amor, a tontura / Um louco também a sente E se quiseres amar / Esta loucura, mulher Dá-me apenas um olhar / Que me faça endoidecer Dá-me um olhar mesmo triste / Pois só nesta condição Dou-te a loucura que existe / Dentro do meu coração O lenço que me ofertaste / Tinha um coração no meio Quando ao nosso amor faltaste / Eu fui-me ao lenço e rasguei-o Letra retirada do magnifico blog Fados do fado a quem agradeço

Fado Balada

música de Alfredo D. Marceneiro interpretada pelo proprio com esta letra de Silva Tavares

  Conta uma linda balada Que um rei dum reino sem par Vendo morta a sua amada Quis o seu seio moldar E pelo molde modelada Depois de gasto um tesoiro Nasceu a graça encantada De uma taça toda d'oiro E quando por ela bebia Morto por se embriagar Saudoso triste sorria Com vontade de chorar Certa noute imaculada À luz dum luar divino Deixou a corte pasmada E fez-se ao mar sem destino No mar ansiando a graça De com a morta se juntar Bebeu veneno p'la taça E atirou a taça ao mar Ao seu seio não há nada Que se possa igualar Nem a taça da balada Que jaz no fundo do mar

Fado Balada

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Fado da Alegria

Fado Bailado

Estranha forma de vida

Fado Bailado Estranha forma de vida Letra: Amália Rodrigues Música: Alfredo Marceneiro Foi por vontade de Deus que eu vivo nesta ansiedade. Que todos os ais são meus, Que é toda a minha saudade. Foi por vontade de Deus. Que estranha forma de vida tem este meu coração vive de forma perdida Quem lhe daria o condão? Que estranha forma de vida. Coração independente, coração que não comando: vive perdido entre a gente, teimosamente sangrando, coração independente. Eu não te acompanho mais pára, deixa de bater. Se não sabes aonde vais, porque teimas em correr, eu não te acompanho mais.

Alfredo Marceneiro - Fado Bailado

Bailado das folhas II - Eterno bailado Henrique Rego / Alfredo Duarte *fado bailado* Repertório de Alfredo Marceneiro 

 À mercê dum vento brando Bailam rosas nos vergeis; E as Marias vão bailando Enquanto vários Manéis Nos harmónios vão tocando A folhagem ressequida / Baila envolvida em poeira E com a razão perdida / Há quem leve a vida inteira A bailar com a própria vida Baila o nome de Jesus / Em milhões de lábios crentes Em bailado que seduz / As falenas inocentes Bailam á roda da luz Tudo baila, tudo dança / Nosso destino é bailar E até mesmo a doçe esperança / Dum lindo amor se alcançar De bailar nunca se cansa


 Letra retirado do blog Fados do Fado a quem agradeço

Fado Bailado (1 Fado Tradicional por 1 dia Nº12)

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Fado Bacalhau.instrumental

Amor de mães

Fado Bacalhau 
Amor de Mãe 
Letra: Alfredo Marceneiro Música: José Bacalhau

 Intérprete: Alfredo Marceneiro ..

 Há vários amores na vida Lindos como o amor perfeito Belos como a Vénus querida De tantos que a vida tem Só um adoro e respeito É o santo Amor de mãe (bis) Da mulher desventurada Nesta vida ninguém fuja Se ela acaso um filho tem Deixá-la ser desgraçada Porque a desgraça não suja O santo afeto de mãe (bis) Minha mãe amor em prece Eu sinto tão bem viver Esse amor que ainda me invade Que se mil anos vivesse Não deixaria morrer Por ti a minha saudade (bis) Se para ser homem Jesus Precisou que uma mulher O desse á luz deste mundo O amor de mãe é a luz Que torna o nosso viver Num hino de amor profundo (bis)

Grata ofensa

Maria Amélia Proença canta Grata ofensa 
 Letra de Jorge Morais Rosa / musica do José Bacalhau (Fado Bacalhau)

Depois que este amor ruiu, De tudo o que mais me feriu, E o meu maior desgosto..., Foi tu passares a meu lado, E num gesto disfarçado, Por me veres, voltares o rosto! (bis) Ofensas, tive-as aos centos, Somei desgostos, tormentos, Que o teu amor me ofereceu...! E se alguém tinha motivo, p´ra fazer um olhar esquivo de nós dois, seria eu. Se alguém, tinha motivo P´ra fazer um olhar esquivo De nós dois, seria eu! (bis) Mas fico-te agradecida, Tanto ou mais do que ofendida, P´lo teu gesto de indiferença...! Pois, assim sei que mal viste Chorar, o meu olhar triste, Ali, na tua presença! (bis)

domingo, 27 de setembro de 2020

Fado Amora instrumental

Fado Amora Fado da 3ª geração, em modo menor, tendo na sua textura, muito elaborada, a chamada escala espanhola. É normalmente cantado com versos de sete sílabas ( redondilha maior ). Numa das versões conhecidas, assumiu este nome por ter sido composto depois de uma sessão de Fado realizada na vila da Amora ( hoje cidade ), concelho do Seixal, localidade à qual o seu autor se deslocava com frequência ( aliás, são conhecidas algumas histórias da sua assídua presença na Margem Sul do Tejo ). Numa outra versão, consta que a primeira letra nele cantada, refere a história trágica de uma jovem que terá ingerido uma grande quantidade de amoras e que teve um fim trágico! Foi composto pelo grande fadista, por muitos considerado o melhor de sempre, Joaquim Campos, de seu nome completo, Joaquim Campos da Silva! Retirado de Fados tradicionais

Esta noite não

Esta noite não Jorge Fernando / Joaquim Campos *fado amora* 

 Amanhã quando acordar Poderei ser coisa pouca Ou talvez, traço de boca Ainda por desenhar Ser algo entre os escolhos / Que se procura salvar Ou então ser dos teus olhos / Um jeito triste de olhar Poderei ser folha morta / Sem nunca tombar ao chão Ou trinco velho de porta / Que só abre à tua mão Poderei ser a razão / Dum poema feito a esmo Porém esta noite não / Porque ainda sou o mesmo 

Transcrito de fados do fado

Os teus Olhos

Mote de António Botto / Fado amora


Meus olhos que por alguém 
Deram lágrimas sem fim 
Já não choram por ninguém 
Basta que chorem por mim 

Gosto muito dos teus olhos
Ainda mais gosto dos meus 
Se não fossem os meus olhos 
Não podia ver os teus 

E se o perdesse a luz
Por ordem do próprio Deus 
Ia pedir a Jesus
Só a luz dos olhos teus 

Arrependidos e olhando
A vida como ela é 
Meus olhos vão conquistando
Mais fadiga e menos fé 

Choram cheios d’amagura
Mas se as coisas são assim 
Chorar alguém, que loucura
Basta que chorem por mim

letra retirada do blog Fados do fado  a quem agradeço


Cantado por Teresa Silva Carvalho
 

sábado, 26 de setembro de 2020

Fado Alvito instrumntal

Fado da 3ª geração, em modo maior, e na opinião de muitos especialistas, um dos mais bonitos fados que se conhecem, foi composto pelo grande músico do Fado, Jaime Tiago dos Santos . A origem deste fado, e do seu nome, consta de uma história contada pelo saudoso fadista José de Sousa, que reza assim: - Certa tarde, em Alcântara, popular bairro de Lisboa, Jaime Santos, durante um convívio com uns amigos do meio fadista, terá desabafado, que nessa noite iria tocar numa verbena no Bairro do Alvito, logo ali ao lado, e dizia repetidamente “...aquilo vai ser uma chatice...”! No entanto, quando lá chegou, de imediato mudou de opinião, uma vez que os organizadores, avisados dos receios do guitarrista, proporcionaram-lhe uma extraordinária noite de Fado, tratando-o principescamente! Em resposta, Jaime Santos, após ter reconhecido a avaliação errada que fizera, compôs esta melodia, que dedicou ao Bairro do Alvito e às sua gentes! Talvez por isso, alguns especialistas, também lhe chamem “Fado do Alvito”. Retirado do clog Fados Tradicionais

Tristeza sai do meu fado

A Sombra dos teus desejos

A sombra dos teus desejos Maria Manuel Cid / Jaime Santos *fado alvito* 

 Ai que bom que bom seria Ter morrido nesse dia E não ter de recordar Vieste dizer-me adeus Sem pores teus olhos nos meus Partiste para não voltar Vive o meu corpo sozinho Dobrado sobre o caminho / Onde o meu sonho morreu Dei-te o amor mais profundo Tudo o que tinha no mundo / Fiquei mais perto do céu Meus olhos choraram tanto Ficaram secos de pranto / Tristes, pesados e baços Sinto o sabor dos teus beijos A sombra dos teus desejos / Mais o calor dos teus braços Tu levaste a minha vida Que ficaria perdida / Se a tens deixado comigo Porque a matéria não pensa Que importa a tua presença / Minha alma vive contigo 

 Letra retirada do megnifico blog Fadoos doo Fado a quem agradeço

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Fado alfacinha

Fado Alfacinha 

Letra: António Feijó Teixeira Música: Jaime Tiago dos Santos 

Faz da noite confidente, 
A noite é sempre calada, (bis) 
Escuta o que diz a gente, 
E nunca repete nada! (bis) 

Teus olhos são passarinhos, 
Que ainda não podem voar, (bis) 
Cuidado, que andam aos ninhos,
 Os rapazes do lugar! (bis) 

Teus olhos, quem é que, ao vê-los 
Tão doces na tua face, (bis) 
Não lhe apetece comê-los, 
Como dois olhos d´ alface! (bis) 

 O Fado tem tal encanto, (bis) 
É diverso em cada hora, 
Suspira guitarra, chora, (bis) 
Cada hora tem seu pranto

Fado Alfacinha

Fado da 3ª geração, misto quanto ao modo ( menor / maior ), e bem alegre! Desconhece-se a origem do nome deste fado; contudo, consta que terá adquirido o nome dos versos compostos por António Feijó Teixeira, com o mesmo nome

Retirado de Fados Tradicionais

Quadras

Fado Alfacinha de Jaime Santos

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Contemplo o Que Não Vejo

Fado Alexandrino do Armandinho ​Contemplo o Que Não Vejo Letra: Fernando Pessoa Música: Armando Freire (Armandinho) Intérprete: Maria do Rosário Bettencourt https://fadotradicional.wixsite.com/f... 

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Fado Alberto instrumental

Julguei endoidecer

 letra de Tristão da Silva 


Julguei endoidecer quando partiste Deixando entre nós dois, funda barreira Caiu dentro de mim, a noite triste, Feita de sombras negras, sem clareira Durante dias, fui folha caída Que o tampo vai levando por aí Fumei, chorei, bebi, mal disse a vida E desejei morrer, morrer por ti Perdido sim eu fui, porque a saudade Falou em mim, mais alto que a razão Não me deixando ver esta verdade Não és mulher que valha esta paixão Quero voltar á vida, á vida que vivi Quero voltar a ser, tal como outrora Maldito seja o dia em que te vi Bendita sejas tu, p'la vida fora 

Não te menti

Não te menti Letra: Moita Girão Música: Miguel Ramos (Fado Alberto)

 Alguém te foi dizer que adoro o fado Pensei que não te dessem novidade Pois quando aprofundaste o meu passado Com franqueza te expus toda a verdade Recordas certamente de eu dizer É fado esta tristeza que me mói É fado o meu cantar o meu sofrer E é fado esta saudade que dói É fado o meu beijar o meu carinho É fado o meu sorriso, o meu perdão E até este passar no teu caminho É fado, podes crer, meu coração Eu dava-te razão se te mentisse Pedia-te perdão logo em seguida Mas já cantava o fado quando disse Que és tu o grande amor da minha vida

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Xaile encarnado

João Monge / Armandinho *fado da adiça*
Canta Bia Frazão


Eu tenho um xaile encarnado É uma lembrança tua Tem um segredo bordado Que ás vezes eu trago á rua Tem as marcas de uma vida / Que a vida marca no rosto Mas ganha uma nova vida / Nas noites que o trago posto Já foi lençol e bandeira / Vela de barco, também Tem marcas da vida inteira / Mas dizem que me cai bem Se pensas que me perdi / Nalgum destino traçado Pra veres que não esqueci / Eu ponho o xaile encarnado


Agradeço a Fados do fado pela letra

Vicenta, "Fado Acácio" - Venho falar dos meus medos"

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Meu amor não vale a pena

Meu amor, não vale a pena Nelo / Acácio Gomes *fado acácio* Meu amor, não vale a pena Teres dó do meu coração E sentires falsa ternura; Quando a sorte nos condena Ao amor na solidão Atraiçoá-lo é loucura Solidão é toda a gente É cada olhar, cada rosto / Que mora onde a gente mora Viver a vida de frente Achar prazer no desgosto / Chorar ao pé de quem chora É cada pobre que pede É guitarra abandonada / Á espera de melodias É cada boca com sede É tempo dentro do nada / Que preenche os nossos dias Não te ter e sempre ter-te Julgar que ainda te tenho / Sabendo que te perdi É ganhar-te no perder-te Ter perdido o que não tenho / Ter-te sem esperar por ti

Poema do nosso amor

Poema de Hortense Viegas César Música de Acácio Gomes

Beatriz da Conceição - Liberta-me amor

Liberta-me, amor Maria João Dâmaso / Armandinho *alexandrino do estoril* Repertório de Beatriz da Conceição Encontrei-me perdida no céu da noite escura Aonde te inventei nas estrelas que não vi A noite adormecida entornava ternura No meu corpo sem lei, em meus braços sem ti Enlaçou-me num afago, a sua imensidão De silêncio maior que a nudez dos mortais Como este que em mim trago, feito de solidão Onde sobeja a dôr por não te saber mais Gritei então o teu nome rompendo com o meu grito O vácuo espelhado nas águas em quietude O som desenterrou-me o meu amor aflito Há muito sufocado cantou em voz mais rude

Fado Estoril

Fado Estoril Letra: D. R. Música: Armando Freire (Armandinho) Intérprete: Madalena de Melo Cheio de pasmo e dor, vergado ao desalento, Tu disseste-me adeus, naquele dia triste...! (bis) E após a despedida, infausta de tormento, Eu chorando fiquei e chorando partiste! (bis) O pranto, meu amor, desfaz-se entre nós dois, Em gotas de cristal, fazendo-nos sofrer...! (bis) Fizeram rebrilhar meus olhos, mais que sóis, Quando no tempo, ao fim, nos tornámos a ver! (bis) Sendo triste, um adeus, a quem queremos bem, Obriga-me a dizer, após os prantos meus...! (bis) Que és tu muito feliz, quem diz adeus a alguém, E é triste, quem não tem, a quem dizer adeus! (bis)

Quando Me Sinto Só

  • Fernando Maurício com o fado "Quando Me Sinto Só " (Artur Ribeiro/Alfredo Marceneiro) ao vivo no grupo desportivo da Mouraria Quando me sinto só, como tu me deixaste Mais só que um vagabundo num banco de jardim É quando tenho dó de mim e por contraste Eu tenho ódio ao mundo, que nos separa assim Quando me sinto só sabe-me a boca a fado Lamento de quem chora a sua triste mágoa Rastejando no pó, o meu coração cansado Lembra uma velha nora morrendo à sede d'água P'ra que não façam pouco, procuro não gritar A quem pergunta minto, não quero meter dó Num egoísmo louco eu chego a desejar Que sintas o que sinto quando me sinto só agradecimento a fados do fado

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Beatriz da Conceição - Por Saudade ou Por Memória

Por saudade ou por memória
Manuela de Freitas / Frederico de Brito *fado dos sonhos


Disse-te adeus, não me lembro
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada;
A rua estava deserta
Até a lua adiscreta
Fingiu que não deu por nada

Sorrimos á despedida
Como quem sabe que a vida / É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontramos
E nunca mais perguntamos / Um p’lo outro, a nionguém

Que saudade ou que memória
Contará toda a história / Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história / Da falta que tu fazes

agradeço a Fados do fado



Por saudade ou por memóriaCarminho-

Por saudade ou por memória
Manuela de Freitas / Frederico de Brito *fado dos sonhos


Disse-te adeus, não me lembro
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada;
A rua estava deserta
Até a lua adiscreta
Fingiu que não deu por nada

Sorrimos á despedida
Como quem sabe que a vida / É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontramos
E nunca mais perguntamos / Um p’lo outro, a nionguém

Que saudade ou que memória
Contará toda a história / Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história / Da falta que tu fazes

agradeço a Fados do fado



Por Saudade ou por memória

Por saudade ou por memória
Manuela de Freitas / Frederico de Brito *fado dos sonhos


Disse-te adeus, não me lembro
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada;
A rua estava deserta
Até a lua adiscreta
Fingiu que não deu por nada

Sorrimos á despedida
Como quem sabe que a vida / É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontramos
E nunca mais perguntamos / Um p’lo outro, a nionguém

Que saudade ou que memória
Contará toda a história / Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história / Da falta que tu fazes

agradeço a Fados do fado


sábado, 25 de julho de 2020

Chegou Tão Tarde

As palavras são de Joana Espadinha, autora e compositora da canção

Meu amor chegou tão tarde
E o meu canto adormeceu
Não deram sinal os cardos
E a madeira não rangeu
Mas que casa tão bonita
Foi vestida de retratos
Mas a história que foi escrita
Não se pode descoser

Meu amor chegou tão tarde
Com pezinhos de algodão
Tinha areia no cabelo
E outra luz no coração
Nossa história foi bonita
Vou guardá-la enquanto dormes
Que o amor nem acredita
Que o deitaste fora assim

Meu amor
Devo deixar-te partir
Se já não ardes por mim
Se o coração quis assim
Devo deixar-te seguir
Vai que preciso chorar em paz
E em cada passo que dás
Chego mais perto de mim

Fui loucura fui coragem
Fui tristeza e fui esplendor
Tudo o que me fez amar-te
Vou guardar e sem rancor
Monto o forte na desdita
Como tantas vezes fiz
Que o amor nem acredita
Que não pode ser feliz

Meu amor
Devo deixar-te partir
Se já não ardes por mim
Se o coração quis assim
Devo deixar-te seguir
Vai que preciso chorar em paz
E em cada passo que dás
Chego mais perto de mim

Vai que preciso chorar em paz
E em cada passo que dás
Chego mais perto de mim


quarta-feira, 27 de maio de 2020

A Mulher que já foi Tua

Amantes Separados


Como num búzio
O mar repete essa balada
Numa canção
Feita de sonho e ansiedade
Meu coração
Repete a história apaixonada
Duma presença que se fez
Longe, saudade

A vida quis que fosse assim
Nosso destino
No grande amor que quis
Vencer os vendavais
A vida quis que fosse assim
Nosso destino
Onda quebrada contra a praia
E nada mais

E a vida passa
Como os versos que escrevemos
E as promessas que fizemos
No dia da despedida
E a vida passa
Passam os dias rasgados
Tudo passa e passa a vida
Dos amantes separados

Antônio Mestre / Sidônio Muralha




segunda-feira, 18 de maio de 2020

Fado do Ciúme

Se não esqueceste
O amor que me dedicaste, 
E o que escreveste 
Nas cartas que me mandaste, 
Esquece o passado 
E volta para meu lado, 
Porque já estás perdoado 
De tudo o que me chamaste. 

Volta meu querido, 
Mas volta como disseste, 
Arrependido 
De tudo o que me fizeste, 
Haja o que houver 
Já basta p'ra teu castigo 
Essa mulher
Que andava agora contigo. 

Se é contrafeito 
Não voltes, toma cautela 
Porque eu aceito 
Que vivas antes com ela 
Pois podes crer 
Que antes prefiro morrer 
Do que contigo viver 
Sabendo que gostas dela. 

Só o que eu te peço 
É uma recordação, 
Se é que mereço 
Um pouco de compaixão, 
Deixa ficar 
O teu retrato comigo, 
P'ra eu julgar 
Que ainda vivo contigo


.

domingo, 3 de maio de 2020

Beatriz da Conceição _ Eu Nasci Amanhã

letra de Artur Ribeiro / musica de Joaquim Campos *fado alexandrino*

Eu nasci amanhã,no meio desta gente
Toda nascida ontem, ou quando muito, agora
Eu nasci amanhã, num mundo irreverente
Por isso não entendo, a gente que cá mora

Eu nasci amanhã num mundo sem fronteiras
Onde cada poeta só canta o que lhe apraz
Eu nasci amanhã onde não há trincheiras
Onde não fazem guerras impondo a sua paz

Eu nasci amanhã, num mundo imaginado
Sem pobres a morar em zona demarcada
E neste mundo, hoje, triste e acomodado
Quem não nascer no tempo, não tem direito a nada

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Fado Meia Noite

LETRA DE Conde de Sobral / MUSICA DE Filipe Pinto *fado meia noite* É meia noite, bem sei Meia noite é meia vida Meia vida que gastei Em meia noite perdida Não me fales mais da hora / Tão tardia a que voltei Perdi o tempo lá fora / É meia noite, bem sei Se esta vida são dois dias / Verdade não desmentida Para maiores alegrias / Meia noite é meio da vida Ficarás mais consolada / Do desgosto que te dei Sabendo desperdiçada / Meia vida que gastei Eu juro, se fizer jeito / Á tua alma sentida Não tirei nenhum proveito / Em meia noite perdida RETIRADO DO BLOG Fados do Fado a quem agrdeço

terça-feira, 28 de abril de 2020

Cristina Branco

Amália Rodrigues-Lavava no rio lavava

Amália Rodrigues / Fontes Rocha Lavava no rio, lavava Gelava-me o frio, gelava Quando ia ao rio lavar; Passava fome, passava Chorava, também chorava Ao ver minha mãe chorar Cantava, também cantava Sonhava, também sonhava / E na minha fantasia Tais coisas fantasiava Que esquecia que chorava / Que esquecia que sofria Já não vou ao rio lavar Mas continuo a sonhar / Já não sonho o que sonhava Se já não lavo no rio Porque me gela este frio / Mais do que então me gelava Ai minha mãe, minha mãe Que saudades desse bem / E do mal que então conhecia Dessa fome que eu passava Do frio que me gelava / E da minha fantasia Já não temos fome, mãe Mas já não temos também / O desejo de a não ter Já não sabemos sonhar Já andamos a enganar / O desejo de morrer Letra retirada do bolg Fados no fado a quem agradeço

sábado, 25 de abril de 2020

José Geadas-Esquina de Rua

letra de João Fezas Vital e música de Pedro Rodrigues-Quintilhas. Tinhas o corpo cansado E a cidade era tão fria Ninguém dormia a teu lado Ninguém sabia que amado O teu corpo se acendia Andavas devagarinho Pelas ruas de Lisboa Em busca de algum carinho Que te fosse pão e vinho E te desse noite boa Eras triste se sorrias E mais nova se choravas As palavras que dizias Tinham dores e alegrias E só ternura deixavas Por ti não houve ninguém Para quem te desses nua, Podias ter sido mãe Podias ter sido mãe E foste esquina de rua

domingo, 19 de abril de 2020

Fernando Maurício-Quando me sinto só

Artur Ribeiro / Alfredo Duarte *alexandrino lembro-me de ti* Quando me sinto só, como tu me deixaste Mais só que um vagabundo num banco de jardim É quando tenho dó de mim e por contraste Eu tenho ódio ao mundo, que nos separa assim Quando me sinto só sabe-me a boca a fado Lamento de quem chora a sua triste mágoa Rastejando no pó, o meu coração cansado Lembra uma velha nora morrendo à sede d'água P'ra que não façam pouco, procuro não gritar A quem pergunta minto, não quero meter dó Num egoísmo louco eu chego a desejar Que sintas o que sinto quando me sinto só AGRADECIMENTO ao blog Fados so fados

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Fernando Mauricío - Um Copo Mais Um Copo


Desde que tu partiste perdi a felicidade
E p'ra que ninguém veja sinais do meu tormento
Sózinho vou matando toda a minha saudade
Entre as quatro paredes do nosso apartamento

Um copo, mais um copo
Um cinzeiro já cheio de pontas de cigarro
Uma velha moldura
Lembrando a tua imagem e a dôr a que me agarro
Um copo mais um copo
Uma canção de amor e fumaças sem fim
É tudo o que me resta, é tudo que ficou
De ti... de nós... de mim

Errante p'la cidade, alheio á multidão
Fugindo dos amigos vou caminhando a esmo
Os dias são iguais, as horas iguais são
E quando a noite chega, o fim, é sempre o mesmo.

Um copo, mais um copo
Um cinzeiro já cheio de pontas de cigarro
Uma velha moldura
Lembrando a tua imagem e a dôr a que me agarro
Um copo mais um copo
Uma canção de amor e fumaças sem fim
É tudo o que me resta, é tudo que ficou
De ti... de nós... de mim.



Fernando Maurício-Fui dizer-te adeus ao cais

Letra: António Rocha Música: José Joaquim Cavalheiro Jr. [Fado Porto] Fui dizer-te adeus ao cais Levado pelo sentimento Que guiava os passos meus, Não devo sentir jamais A tristeza do momento Em que dissemos adeus. Apenas duas palavras Um leve aperto de mão E um beijo que simulei, Ao tempo em que te afastavas Senti que meu coração Ia contigo também. Já distantes, os olhos teus Não viam que a minha mão Ia acenando a tremer, Volta depressa, por Deus Levaste o meu coração Sem ti não posso viver.

domingo, 5 de abril de 2020

Lágrimas do Céu


Quando eu canto e a chuva cai
Uma nuvem de incerteza
Paira em mim de quando em quando
Cada gota lembra um ai
A rimar com a tristeza
Dos versos que vou cantando

E na doce melodia
De que o fado se reveste
Quando o meu olhar embaça
Vejo a estranha melodia
Da chuva que o vento agreste
Faz murmurar na vidraça

Então dou no meu lamento
Ao fado que me prendeu
Rimas tristes pobrezinhas
Cai a chuva, geme o vento
São as lágrimas do céu
Que fazem brotar as minhas




sábado, 4 de abril de 2020

Deste-me um Beijo e Vivi


João Dias / Alfredo Duarte *fado cravo*
Repertório de Beatriz da Conceição

Deste-me um beijo e vivi
Na força que veio de ti
Encontrei a fé perdida
Negando o barro e o mito
O meu corpo feito grito
Pediu à vida mais vida

Acontecemos um só
Sob a luz do mesmo sol / Cores do mesmo matiz
Razões duma só razão
Pedaços do mesmo chão / Troncos da minha raiz

Dá-me as carícias mais gratas
Das tuas mãos regressadas / Vindas do fundo tempo
Mil madrugadas esperei
Presença viva te sei / Amor com força de vento

E o meu corpo feito grito
Teve força de granito / Força que veio de ti
Encontrei a fé perdida
Pedi à vida mais vida / Deste-me um beijo e vivi

Letra retirada do grande blog Fados do fado a quem agradeço


Max - Foge de mim


Domingos Gonçalves da Costa / Maximiano de Sousa *Max*


Foge de mim... sinceramente te peço
Esquece tu que eu também esqueço o nosso amor infeliz;
Foge de mim... porque jamais compreendes
Que eu não sou quem tu pretendes e assim não serás feliz;
Foge de mim... porque há o sofrer e há o penar
Se a isto chamas amar, eu não quero amar assim

E se algun dia te encontrares sem um carinho
Qual errante num caminho
Agreste, triste e sem fim
Volta aos meus braços, aos meus afetos leais
E verás que nunca mais
Nunca mais foges de mim

Foge de mim... se a tua forte vontade
É trocares nossa amizade por outro afeto qualquer;
Foge de mim... porque a saudade é só minha
e se és mais feliz sozinha , e só te vejas mulher;
Foge de mim... p'ra onde eu nunca te veja
Foge e que Deus te proteja e ao meu desgosto dê fim

Beatriz da Conceição - Alguém



Guilherme Pereira da Rosa / Miguel Ramos *fado alberto*

Alguém há-de pagar o teu desprezo
Alguém há-de sofrer com teu desdém
Alguém há-de vergar um dia ao peso
Do mal que sinto por gostar de alguém

Alguém que vai surgir na minha vida
Alguém que ainda não sei quem é sequer
Alguém me vai julgar como perdida
Quando afinal não sou senão mulher

Por alguém que traiu e me pôs louca
Para alguém, por vingança vou ser má
Por alguém que beijou a minha boca
Vou beijar sem amor, ao Deus dará



quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A Minha Rua

Não me conformo



 Lucilia do Carmo  canta um fado com letra de Emílio Vasco e música de Mário Moniz Pereira

Não sei como pudeste descansar
Noutros braços, sabendo que estou triste
Nem um remorso só te faz lembrar
O que te dei e tu retribuíste

Mas como,Santo Deus,tudo apagado
Nesse teu coração descontrolado
Sabendo tu, que o meu, se queimaria
Numa saudade viva, dia a dia

Bem sei que todo o bem tem sempre um fim
Mas não, não me conformo, assim

Entre nós dois, estão sempre de permeio,
Doces recordações a que me agarro
Na estante, o livro que deixaste a meio,
No meu cinzeiro, o último cigarro

E o lenço que me deste nos meus anos
Mortalha doutros tantos desenganos
Onde guardo o que resta desse adeus
Que os teus olhos trocaram com os meus

Bem sei que todo o bem tem sempre um fim
Mas não, não me conformo, assim



quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Roseira Brava

Andei a ver se encontrava alguma roseira brava florida de murchas rosas qualquer coisa que lembrasse um resto só que ficasse das nossa horas ditosas Mas o céu enegreceu o vento tudo varreu e de nós nada ficou na campina nua e fria nem uma roseira havia nem uma rosa murchou Morreu triste o meu intento morreu levado plo vento que as roseiras embalava voltei ao cair do dia pois no campo não havia nem uma roseira brava Esta letra de Manuel DE Andrade é cantada sobre uma música dum fado tradicional. o Fado primavera da autoria de Pedro Rodrigues.